quinta-feira, 19 de março de 2009

Olhar Felino

Percorro as tênues linhas do meu coração
Punindo-me dia a dia
A cada respiro , a cada palpitar de vida
Com a vergonha do meu passado.

Quero apagar a minha intrepede mente
A dor que eu causei,
Que eu cultivei,
E mais eu me afundo em profunda agonia.

Sem uma solução para os meus pecados
Caminho , nesse meu dia a dia
Querendo achar algo que me redima
Mas só achei soluções tortas
e nenhuma me encheu por completo.

Ao quase perder a esperança
O destino me traz a veloz galope
Um sopro divino
Que recerrega as minhas forças
E renova a minha esperança.
Caminho nessas trevas
Ao olhar as portas entre-abertas do meu destino
Abro uma porta espelhada
E encontro a minha caixa de Pandora
Que pode apagar os meu erros com a menor briza.

Ela ,
Capaz de apagar o fogo do Inferno
E fazer o dia virar noite no Paraíso
Somente com o brilho de seus olhos
Penetrantes,
Como duas rajadas flamejantes
Imersos na mais pura selvageria
Algo inominado
Algo animal
Que somente um felino conseguiria se expressar
Ao ver a sua presa.
Mesmo imersa nessa caótica caçada
Mostra-me um olhar quente
Capaz de transformar o meu duro coração
na mais pura seda do Sião.

Esqueço-me dos meu pecados
E respiro a vida como se fosse o seu ultimo sopro
E nada é mais doce quanto esse respiro
A dor se acaba
Por que ao invéz de sofrer com essa agonia ao peito
Adentro-me num sentimento novo
e abrangente como a vida
chegando a brandir a dor
Nos corações dos outros
E no meu,
E possa viver sem duvidas
Ao lado dessa fúria em formato de olhos,
Rezando para que a dor passe
E possa me adentrar no coração dessa deusa furiosa.

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